Saturday, May 7, 2011

Em ritmo de BLU

Rio desperta interesse na recuperação da Ararinha-Azul.













 

Rio, animação da Bluesky dirigido pelo carioca Carlos Saldanha, sucesso mundial de bilheteria (cerca de US$ 3 milhões até o momento) à ponto de fazer a excelente Pixar cancelar um de seus projetos por semelhanças, foi muito bem recebido pelo público aqui no Brasil, apesar de algumas críticas azedas –  geralmente nutridas por ufanismos acéfalos, ou picuinhas regionalistas (afinal muitos têm uma dor-de-cotovelo histórica com o Rio de Janeiro). Discorda disso? Pouco me importa.

Infelizmente o drama vivido pela tímida Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) de Saldanha não é ficção: é uma das várias espécies ameaçadas de extinção por conta da caça e gradual degradação de seu habitat

Ararinha-Azul (Cyanopsitta spixii)
A simpática penosa azulada é natural do norte da Bahia, na região da caatinga (semi-árido), e reside na copa das caraibeiras e não na montanhosa Floresta da Tijuca como no filme que lhe deu projeção internacional (apesar de também existir outras espécies de araras por lá). 

No final da década de 1990, restando apenas um único exemplar livre na natureza (um macho já idoso), biólogos visaram manter a linhagem tentando dar uma parceira a velha ave (a fêmea era de cativeiro), porém sem sucesso. Poucos meses depois ela foi encontrada morta próxima a um cabo de alta tensão. Já a ararinha macho não foi mais vista no sertão desde meados de 2000.
Caraibeiras da região da caatinga ( região nordeste)

















Entretanto, quando a coisa parecia feder de vez, eis que o longa animado ironicamente trouxe uma possível esperança a espécie.  O Governo Federal manifestou interesse na reintrodução de ararinhas-azuis aos céus nordestinos. E para isso conta com ajuda do maior criador particular de aves silvestres do planeta; um xeque do Qatar.

Sim, to falando daqueles almofadinhas caricatos de vestimentas àrabes que nadam em rios de petróleo, donos de palácios suntuosos à medida que o povo se f*de. Acontece que o distinto em questão, passou de colecionador exótico a defensor de espécies ameaçadas através de sua fundação, a Al Wabra Wildlife Preservation

E o xeque já se dispôs a doar algumas de suas aves ao Brasil. Inclusive comprou uma fazenda na Bahia para monitorá-las de perto (!!!). Apesar da ação ainda de ser vista com certo ceticismo por autoridades nacionais, todos concordam que sem a ajuda do milionário das arábias, Saud Bin Mohammed Bin Ali Al Thani, o futuro da ararinha-azul ia pro ralo.

É sério. Te dou uma caixinha de Bib Esfirra se você conseguir falar o nome desse camarada 3 vezes sem gaguejar!

Bom, resta apenas ficarmos na torcida para que uma das maiores mancadas que fizemos com a nossa fauna possa ser remediada a tempo. 

























As Salam Aleik, meu caro Blu!

Skadoosh!

1 comment:

Cesar said...

hoje ouvi e ví, maritacas no centro do rio de Janeiro, sairam de dentro da area do BNDS,( é uma pequena area verde encrustada na cidade ) parei observei e um dos seguranças tambem estava admirando-as.Onde moro no bairro de laranjal - são gonçalo RJ ,é comum velas , mas no centro foi realmente surpreendente, me deu a ideia de fazer um roteiro com as maritacas, sem ter medo de comparações com "Rio" afinal estaria , falando de algo mais proximo da realidade, no fim se a animação for a frente e for vendido o DVD a 10 contos nas lojas americanas já fico no lucro, não somos grande como a pixar e não tenho medo das comparações, afinal agente vê muito disso por ae, procurando nemo X espanta tubarões , formigruinhas X vida de inseto... e tem muito mais que n lembro.

Aleikum Essalam